rehab

Já alguma vez tentaram deixar uma droga? Lixado, não é?
Eu estou em desintoxicação da maior droga existente e já não é a primeira vez que tento.

No início, a motivação é grande. Acreditamos que vai ser fácil e tudo. Que o vício não nos irá vencer.
Mas depois vem a desabituação: dores musculares, a dor em toda a parte, as oscilações de humor, os altos e baixos acentuados, a raiva, a depressão, o choro. Tanto nos encolhemos a um canto, como destruímos tudo o que está ao nosso alcance. Parece que nos estão a arrancar tudo cá dentro. E pensamos em desistir de tudo. Pensamos em regressar.
Até que chega a um ponto, em que a dor é tão grande, que o corpo entra em choque, anestesiando-se de forma natural. Ficamos sem sentir absolutamente nada!

Depois do pior passar, começamos a melhorar: a ganhar cor, a ganhar novamente confiança, a sorrir esporadicamente, a voltar a conviver.
Achamos que estamos aptos a regressar à nossa vida, tal como ela era. Voltamos às amizades, à vida social, aos mesmos sítios. Convencidos que estamos curados e que conseguimos controlar, fazemos um teste.
As desculpas que um viciado arranja para si próprio!...
Três linhas depois e já demos conta do nosso erro. Estamos de novo agarrados.
Novamente todas aquelas sensações…
O vício instala-se novamente e ainda com mais força.
Voltamos a recolher-nos, a uma nova desintoxicação e passamos por tudo novamente.

Agora, ciente das minhas limitações, de condicionalismos e propensão para ceder, a única solução é manter-me bem afastada do vicio e esperar que seja o vicio a desistir de nós.

Já pensei em procurar um grupo de apoio, ajuda psicológica ou alguém em quem me pudesse apoiar. Mas eu tenho esta mania de fazer tudo orgulhosamente só.

Uma coisa vos digo, uma vez viciado, viciado para sempre, mesmo que em eterna recuperação.