a psicologia não existe

Aqui há tempos, alguém que eu considero amigo e que já me conhece minimamente, disse-me que achava que me conhecia melhor pelo blogue do que pessoalmente. Eu fiquei completamente aterrada com a afirmação dele! Como é que alguém que convive de perto comigo, numa base quase diária, me diz que é através do que escrevo no blogue que me vai conhecendo melhor?!...

Eu já pedi tantas vezes para que não partissem do que escrevo para traçarem o meu perfil psicológico. Grande parte das coisas que escrevo são devaneios num mundo de fantasia. São duelos que tenho comigo. São uma procura. Ou seja, não são sentidos, não são reais.
Obviamente também há textos muito sentidos, com muito de mim, mas esses são escasssos. Há textos que escrevo de lágrimas nos olhos. Há textos que escrevo quase em estado de transe, que não sei quem os escreve. Há textos que escrevo por divertimento. Outros são exercícios de raciocinio ou imaginação. Mas são textos, palavras.

Haverá algo que faça conhecerem-me melhor do que estar comigo frente a frente, interagindo em tempo real, a rir, a conversar?
Como é que me dizem uma coisa destas? E porquê esta exagerada importância ao que escrevo?

Este assunto deambulou pela minha mente durante um tempo, tendo inclusive chegado a conversar sobre o assunto com outro amigo. Como este também tem um blogue, achei que me ia entender e apoiar. Qual quê! Diz-me que concorda, que pelo que escrevo dá para conhecer uma parte de mim que eu não revelo pessoalmente.
Agora é que foram elas!...

Eis uma dica: já pensaram que, se calhar, digo eu!, o raciocinio está a ser feito ao contrário?
Se calhar, se eu não revelo pessoalmente, é porque não existe, é porque não é real! Não revelo porque não há nada para revelar. Porque eu não sou assim! Porque essa não sou eu!

Se pretendem textos realistas, estamos muito mal. A minha rotina resume-se a cinco dias de trabalho intenso, que me retira todas e quaisquer energias, e dois dias de "férias", passados na praia com amigos, a descomprimir, a fazer e a dizer disparates.
Quando estou sozinha, passo a maior parte do tempo a pensar em coisas como estas, sem a menor importância, absorvida em mim e por mim. E altero de humor ao segundo. Sou tão instável que nem eu me aturo a maior parte do tempo.
Prefiro, por isso, estar sempre rodeada de gente, que me façam esquecer esta nossa estúpida existência, preocupando-me com eles em vez de me preocupar comigo, conhecendo-os em vez de me conhecer. Porque tudo o que quero é que o tempo passe...

2 comentários:

Carpe Diem disse...

Sim... voltei a ter teclado e ando a ler as prosas passadas. Não podia deixar de comentar esta!!

Eu sei q es uma pessoa mt mais interessante do q apenas este blog e q os textos nem sempre são reais, contudo, eu gosto imenso dos teus devaneios e nem me custa "aturar" the real u!! I meant it!!

Beijos
Nuno.

PS: Se vestir uma saia posso ir com as gajas do Gang?

G disse...

Wellcome back! ;)

Podes! Bute!