"Once upon a time, I wanted to know what love was. Love is there if you want it to be. You just have to see that it's wrapped in beauty and hidden away in between the seconds of your life. If you don't stop for a minute, you might miss it."
É engraçado como as coisas acontecem na vida. Como elas aparecem e quando aparecem. Como desaparecem...
Às vezes acontecem e não estamos preparados para elas. Outras vezes, não as percebemos.
Mas quase tudo anda às voltas com o momento em que aparecem e se estamos preparados ou não para elas, para as agarrar, para as perceber, para as valorizar.
Tal como um estudante de piano, que precisa de ganhar técnica e maturidade, antes de se atirar a Rachmaninoff.
Ontem assisti a um filme que é uma pequena pérola. Se tivesse assistido a este filme há uns tempos atrás, provavelmente não estaria preparada para ele.
O filme fala sobre amor, beleza e tempo. Que trio bombástico!
No decorrer do filme surge a pergunta "o que é o amor?". A eterna questão! Eu nem vou tentar responder. Deixo-a para os poetas. No entanto, sei que o verdadeiro amor é como a filigrana: feito de detalhe, de aparência delicada e frágil mas de material raro, forte e resistente.
Foi bom relembrar que o amor tem mais a ver com sentir, contemplar e libertar do que com ter, querer e precisar.
Não devemos confundir o amor com a nossa necessidade de afecto.
Eu sei que é fácil confundir as coisas. Contra mim falo. Já o fiz.
Tenho a tendência de sentir as coisas de forma arrebatada, como se não houvesse amanhã. Sou demasiado lírica e demasiado dramática. Digna de uma ópera de Puccini. E, por vezes, confundo tudo. Esquecendo-me de só dar importância ao que de facto tem importância.
O amor tem mais a ver com dar e libertar. Como se de uma ave se tratasse. Por muito que gostássemos de a ter sempre por perto, de forma a poder contemplar a sua beleza e apreciar o seu canto, mantê-la em cativeiro, presa numa gaiola, é um acto meramente egoísta. Para que possa ser verdadeiramente feliz, há que a libertar, para que possa voar livre. E, quem sabe não volta... Quem sabe não nos visita nos dias mais bonitos, para cantar, à nossa janela. Ou então, quem sabe não nos acompanha em sonhos...
No filme, Ben tem a capacidade de parar o tempo. A quem é que nunca apeteceu conseguir fazer o mesmo? Naquele momento que nos falam ao ouvido, nós fechamos os olhos e pedimos para ficar ali para sempre. Ou quando os olhares se fixam, trocando carícias...
Mas o tempo nunca pára. Esse desgraçado galga desenfreadamente apesar do relógio parecer estar parado a maior parte do tempo.
E, por fim, o sentir. O mantermo-nos fieis ao que sentimos. Não esconder, não dissimular. Não procurar as saídas de emergência e delinear um plano de evacuação sempre que nos apetecer abraçar alguém ou dizer a alguém o que sentimos. Saber fazê-lo na altura certa como se de música se tratasse. É que uma palavra fora de tempo é como uma nota de música dada ao lado. Soa descabida e pode arruinar por completo a obra.
O filme é lindíssimo. Ou talvez simplesmente o tenha visto no dia certo. Há muito tempo que um filme não me fazia verter umas lágrimas. Três, para ser mais precisa, no momento em que a história do filme culmina.
Dei por mim a recordar momentos em que me senti assim e senti saudades. Já nem sei se foi há muito ou há pouco tempo. Mas sei que me parecem já bastante distantes. Talvez por isso quase, e repito, quase desejei voltar a senti-los novamente… Brevemente.
1 comentário:
Concordo plenamente com tudo o que referes... espero poder vir a fazer parte dos teus sonhos e uma coisa te garanto, n sou pessoa de dizer que sinto o que n sinto!!
Irei ver este filme dada a tua sugestão e depois poderei opinar sobre ele... já sobre o Amor... isso é simples, trata-se de sentir e deixar ir onde ele nos levar.
Beijos
Nuno.
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