4h de reunião...

Não sei o que se passa com os homens deste tempo. Parecem incapazes de tomar decisões. Ficam confusos... Pensam, discutem, deliberam mas só a muito custo saem do mesmo sítio.

Ontem passei quatro horas numa reunião de trabalho. Sendo que eu era a mais nova e única representante do sexto forte. Só isso já bastava para me deixar um bocadinho para o verde.
O assunto a debater era complexo mas nada de transcendente. Desde que se saiba que uma casa se começa a construir pela base, pelos alicerces e não pelo telhado.
A primeira hora ainda foi passando. Mas a partir daí foi sempre a desesperar…
Tantos “se”, tantos “e”, tantos “mas”… Eu já não tinha posição! As minhas mãos começavam a transpirar. Já passava as mãos na cabeça. (Quem me conhece sabe que, quando chego a este ponto, me torno numa bomba relógio…) Mas tive de me acalmar. Para isso, saí de lá. Organizei mentalmente o que tinha para fazer no fim-de-semana prolongado. Fiz uma lista mental das coisas que ainda preciso comprar para o meu apartamento. E até fiz uma lista de prós e contras sobre comprar ou não aqueles sapatos que experimentei no fim-de-semana e que não me saem da cabeça mas que valem quase a prestação da casa.
Sempre que regressava à reunião para fazer um ponto da situação, lá continuavam eles a discutir o sexo dos anjos.
É por isso que as mulheres não enveredam pela política. Salvo as idealistas feministas de esquerda ou as damas de ferro de direita, (ou a Odete Santos) qualquer mulher que se situe entre aqueles dois estereótipos, não tem paciência para aquilo.
Falta pragmatismo aos homens! Multi-tasking é um conceito totalmente desconhecido para eles. Deve ser por isso que eles não conseguem assistir a um jogo de futebol e ir buscar uma cerveja ao frederico. Convenhamos. Aqueles breves segundos podem fazê-los perder o fio à meada. É que seguir vinte matulões atrás de uma bola que não pára quieta, tem muito que se lhe diga.
Só que, obviamente, eles não lhe chamam incapacidade de realizar duas ou mais coisas ao mesmo tempo. Preferem chamar-lhe preguiça. Eufemismos!
Mas é como eles quiserem… Desde que sejam felizes e não chateiem muito.

Ao fim de quatro horas de reunião, finalmente o apito final. E acaba o jogo exactamente com o pontapé de saída: agora faz-se assim e depois vai-se vendo, à medida que se for fazendo. A reunião podia ter demorado meia-hora! Que génios!...

Resumindo e concluindo, aquelas quatro horas de trabalho que ficou por fazer, vão sair-me do corpinho hoje, se quiser ficar em casa na sexta-feira. E eu quero...

Sem comentários: