amélie poulain

Há muito tempo, a meio de uma conversa sobre tudo ou sobre nada, um amigo disse-me que eu procurava um significado em tudo e que nem tudo teria um significado.
Eu mantive a mesma pose firme e segura, mas aquela afirmação balançou o meu mundo. Tanto que penso nela recorrentemente, apesar de se ter passado há imenso tempo. Aposto que ele nem se lembra disto. Mas eu lembro-me de tudo. Íamos a entrar para a VCI. Uma conversa banal e a meio, isto!
Já deviam saber que não me podem dizer destas coisas porque eu fico a pensar nelas! Ainda por cima sem me prepararem, nem nada. Assim! Toma lá! Agora aguenta!

Bem, mas voltando à questão...
Como é que nem tudo tem um significado?...
O que é que isso quer dizer?
Que há coincidências que não passam de meros acasos, um poema que se escuta que descreve exactamente o que estamos a sentir e não fomos capaz de expressar, uma música que se escuta e que nos dá aquela força, palavras que são ditas que não passam disso mesmo, de palavras, ou de uma ordenação de palavras, pessoas que entram na nossa vida e só ficam o tempo estritamente necessário para nos ensinar algo (sabiam que não se deve ligar a chofagem no frio quando está calor? Sim! Porque o ar passa junto ao motor - ou será radiador?! - e aquece o ar. Por isso, não adianta de nada ter a chofagem ligada. As coisas que estes rapazes sabem!...), ou mesmo a forma como as pessoas entram e saem ou entram e ficam na nossa vida... Tudo isto, não tem qualquer significado? Ou será que a maior parte das pessoas são distraídas e não atentam nestas pequenas... coisas.

Pois eu gosto de reparar em todos os pormenores e atribuir-lhes significado. Vou unindo os pequenos nadas até terem um significado.

Gosto de o fazer principalmente com as pessoas. Gosto de lhes detectar pequenas características comuns a pessoas tão dispares. Acho piada.
Dou por mim muitas vezes a rir-me sozinha a enumerar essas coincidências.
(Uma pessoa tem de se entreter com qualquer coisa. Não gosto de ver televisão. Excepto à segunda-feira à noite: Weeds e Californication!!!)

Uma vez uma amiga disse-me: se te perderes com as árvores, deixas de ver a floresta. Algo que também recordo com frequência.
Eu gosto de me perder nas árvores. Sim, muitas vezes perco a noção do todo por estar de tal forma emaranhada nas árvores. Mas é assim que eu gosto!
Prefiro ver as árvores e perder de vista a floresta. Do que ver a floresta e não reparar no detalhe das árvores...

Resumindo, não há coincidências, eu sei disso. Mas gosto de pensar que sim... Simples!

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