Só tu me conheces. No entanto, não acreditas no que conheces. Tal como eu não acredito no que conheço.
Acredito que seja essa certeza que nos une e a essa mesma incerteza que nos afasta.
Já caíste no erro de tentar explicar esta dinâmica a alguém? Pouca gente percebe muita coisa. Certo?
Pouca gente percebe que amo tudo o que conheço e receio o que desconheço. E que, simplesmente, não é possível ter o que desejo.
Resignada, já fiz de tudo. Já prendi, já libertei, já me afastei, já neguei, já menti, já me enganei mas nada parece resultar. Continuo prisioneira. E quanto mais longe, melhor compreendo tudo e mais perfeito me parece.
Não sei o que é pior: estar afastada e sentir a tua falta ou estar perto e não poder ter.
Custa não ter notícias tuas, não saber como estás.
Por um lado receio saber que me esqueceste e que estás bem. Por outro lado receio saber que ainda pensas em mim e que sentes a minha falta.
Prefiro nada saber.
Prefiro nada pensar. Prefiro nada sentir. Prefiro nada dizer.
Prefiro recordar tudo em segredo, como se de um sonho só meu se tratasse.
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